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Esperança para as mães, a cirurgia fetal pode salvar bebês ainda no útero

08 de maio de 2014 por Humana

Neste procedimento, os médicos deixam o útero da mulher exposto, operam o feto com as costas para fora, depois colocam o bebê dentro da barriga novamente e fecham tudo.

No Brasil, um total de 109 cirurgias já foram realizadas, dentre elas, duas para corrigir problemas no pulmão e as outras 107 para curar uma doença chamada mielomeningocele, que é uma má- formação na coluna dos bebês e que tem como principal sequela a hidrocefalia (acúmulo de água no cérebro, que causa distúrbios mentais e motores).

Para entender como funciona esta cirurgia, Ana Maria conversou na Casa de Cristal com o obstetra Antônio Moron e com o neurocirurgião Sergio Cavalheiro, os únicos médicos que realizam esse tipo de intervenção no Brasil.

Para o médico Antônio Moron, esta cirurgia é feita com todo rigor de uma cirurgia de alta complexidade. “É feita uma incisão no abdome como se fosse uma cesariana, só que um pouco mais alta. O útero é exteriorizado para que o neurologista faça a cirurgia da mesma maneira que faria depois do nascimento. Essa técnica é chamada Cirurgia a Céu Aberto, porque ela expõe a região das costas da criança", explicou o obstetra.

Os médicos alertaram para a importância da ultrassonografia no diagnóstico dessas doenças, que é feita a partir do quinto mês de gravidez: “A ultrassonografia trouxe uma viagem virtual dentro do útero, ela permite avaliarmos o desenvolvimento da criança desde as fases inicias. No sistema nervoso, existem inúmeras má-formações que vão se apresentando, como a acrocefalia, espinha bífida e a hidrocefalia”, ressaltou Sergio.

De acordo com o neurocirurgião Sergio Cavalheiro, a cirurgia fetal diminui bastante a necessidade da colocação de uma válvula na criança. “O grande gol é evitar a hidrocefalia. A hidrocefalia é uma doença que precisa de uma válvula para tratar. É um tubinho que se coloca do cérebro para o abdome, que leva o excesso de líquido que produzimos diariamente. Evitar a colocação desse tubinho é o maior sucesso da cirurgia. Em mais de 90% dos casos, nós conseguimos evitar a hidrocefalia. Quando se opera a criança depois que ela nasce, temos que colocar a válvula em 90% dos casos. O estudo americano mostrou que baixa para 40% nos casos intraútero e na nossa série isso está em torno de 12%”, disse o médico.

 

Fonte: Mais Você

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