Por Letícia Martins – Revista FEMINA – 2019 | VOL 47 | Nº 3

A revista Femina publicou uma edição especial para o mês da mulher a qual mencionou nossa querida Dra. Marta! E por isso decidimos compartilhar essa matéria com vocês! Segue o texto de Letícia Martins.

Ser mulher e cuidar de outras mulheres tem diversos significados, todos eles especiais. Cinco ginecologistas e obstetras nos revelam alguns deles No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Femina faz uma homenagem a todas as ginecologistas e obstetras brasileiras, que abraçam a Medicina com amor, profissionalismo e coragem.

Desse abraço, todas as partes saem ganhando, entre elas a paciente e sua família, que se sentem acolhidas quando o atendimento é feito com seriedade, compromisso e empatia, além da própria médica, que tem a felicidade de ver outras vidas nascendo ou se transformando com a sua ajuda.

Conversamos com cinco ginecologistas e obstetras, que contaram um pouco como é ser mulher e médica em um país com tantos desafios, numa área tão ampla, que envolve sentimentos, angústias, medos, mas também muitas alegrias.

Elas revelaram como se sentiram em relação aos dados apresentados na pesquisa da Febrasgo, que identificou que oito em cada dez brasileiras se declararam satisfeitas com o profissional de Ginecologia e Obstetrícia (GO). No depoimento de cada uma, é nítido por que a especialidade de GO merece o reconhecimento da sociedade e por que essas mulheres merecem nossa admiração. Confira!

Marta Finotti

MARTA FINOTTI Ginecologista há 37 anos, tem como foco de atuação principal a Ginecologia Endócrina com ênfase em Reprodução Assistida, Contracepção e Climatério e pesquisa clínica com fármacos.

Professora adjunta do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica do Hospital das Clínicas da UFG/EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), onde também coordena o Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde do HC-UFG/EBSERH, além de ser membro da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo.

A Dra. Marta acredita que ser profissional da área de saúde já é um grande privilégio, pois é possível intervir curando ou pelo menos aliviando o sofrimento dos nossos semelhantes. Com essa declaração, já podemos imaginar a doação que essa profissional faz em sua carreira.

“Meu maior projeto de vida sempre foi conseguir conciliar a minha vida profissional com a vida pessoal e familiar.”

Motivada pelo amor

“Escolhi a ginecologia por ser uma especialidade voltada para a mulher em todas as fases da sua vida. Atuar na área da Reprodução Assistida me motivou na hora da escolha da especialidade. É muito gratificante poder ajudar casais que depositam suas esperanças e confiança no nosso trabalho, compartilhando conosco os seus sonhos de se tornarem mães e pais ou de ampliar a família.”

Pioneirismo feminino

“Ter sido presidente do 48º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, realizado em Goiânia, em 1999, foi um grande projeto que se tornou realidade. Após cinco anos de muita dedicação e trabalho, realizado com a ajuda de uma equipe de colegas motivados e experientes, conseguimos realizar um congresso de excelência, reconhecido e elogiado por todos os colegas ginecologistas e obstetras do país, até os dias atuais.”

“Duas décadas se passaram e o congresso continua sendo lembrado por sua organização primorosa, por seu relevante conteúdo científico e pelo resultado financeiro alcançado. Ser a primeira mulher a presidir um congresso brasileiro, em uma especialidade eminentemente feminina, teve um significado especial, pois representou o reconhecimento da importância das mulheres na Febrasgo.”

” Hoje somos maioria na especialidade e o nosso espaço vem sendo conquistado ao longo dos anos. Sem dúvida, como associada e como mulher, a presidência representou um avanço.”

Docência

“Outro projeto ao qual me dedico há 32 anos é a docência. Ser professora, transmitir conhecimentos e experiência profissional sempre me motivou muito e continua motivando. É com alegria que eu vejo ex-alunos ou ex-residentes brilharem na profissão e saber que pude, de alguma forma, contribuir para a formação deles.”

“Do ponto de vista de projetos relativos à administração e de direção de órgãos de classe, gostaria de ressaltar a minha atuação, por dois mandatos, presidindo a Sociedade Goiana de Ginecologia (SGGO) e na direção executiva das Fundações de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (FUNDAHC) e posteriormente da Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG (FUNAPE).”

O projeto mais especial

“Meu maior projeto de vida, entretanto, sempre foi conseguir conciliar a minha vida profissional com a vida pessoal e familiar. Eu me formei em 1980, casei no mesmo ano com um colega de turma, que fez residência em Urologia, construímos uma relação sólida pautada no amor e no companheirismo, que se mantém até hoje. Tivemos duas filhas e um filho, que já se encontram formados e construindo suas próprias famílias.

Ser mãe não prejudicou em nada a minha vida profissional, ao contrário, me tornou mais comprometida em ajudar outras mulheres a vivenciar essa felicidade e me aproximou do universo feminino. Os desafios foram grandes, mas me fortaleceram e só me fizeram mais determinada e focada nos meus objetivos.”

Perfil das pacientes

“Na região onde atuo, procuramos prestar um atendimento humanizado e ético, priorizando a individualização terapêutica. Infelizmente nem sempre é possível. Muitas vezes faltam condições mínimas.

Os desafios que os ginecologistas enfrentam na minha região são os mesmos de outros colegas em todo o país. Ter condições adequadas de trabalho, para que possam prestar uma assistência qualificada às mulheres ou aos casais que nos procuram e receber uma remuneração justa por essa assistência. Ter acesso à capacitação e ao aprimoramento do conhecimento, nas mais diversas áreas de atuação do ginecologista e obstetra. Muito já foi feito, mas temos que procurar avançar sempre.”

Reconhecimento das pacientes

“Avalio como muito positivo e importante o dado apresentado pela pesquisa da Febrasgo. Ele representa o reconhecimento, pela população feminina brasileira, do valor do ginecologista e obstetra em suas vidas.”

“Atuando na orientação, na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das doenças ginecológicas ou de áreas afins e também na assistência obstétrica, durante o pré-natal e no parto, o gineco-obstetra é o clínico geral da mulher e ao mesmo tempo o especialista que cuida da saúde de maneira global e integrada.”

“Por isso, acredito que a relação médico-paciente seja tão boa, pois é construída ao longo dos anos, baseada na confiança e no respeito mútuo.”

*Desta matéria foi retirada a parte que se refera à Dra. Marta. Acesse a revista e leia a matéria completa!
https://www.febrasgo.org.br/pt/femina/item/785-revista-femina-2019-vol-47-n-3